O marido de Neide, no passado, era alto e forte. Encabeçava uma equipe de segurança de juízes. Certo dia foi atropelado por um motoqueiro que serviu de desculpa para que ele fosse aposentado antes de completar o tempo mínimo. Vinte e cinco anos depois, ele está meio calvo e bem acima do peso. Continua alto e prepotente.
– Neide! Vai me comprar umas cervejas e pega a mangueira do Bento pra eu lavar o carro!
Eles moravam num condomínio de classe média abastada, onde havia um centrinho com lojas e supermercado. Bento morava do outro lado da rua. Era também sogro de Ney, casado com sua filha Erika. E Ney era filho de Neide.
Ao chegar no supermercado ela telefona pro filho.