Quando casamos minha mulher, Érica, era muito nova; tinha apenas 21 anos, e eu tinha 36. Era uma grande diferença, nesta época. À medida em que envelhecemos esta diferença parece cada vez menor.
Eu era apaixonado por ela. Já tinha tido um casamento fracassado e não estava disposto a fracassar novamente.
Eu sabia que ela tinha sido muito puta, até me conhecer. Desde que perdeu a virgindade aos quinze anos, não se comprometia com ninguém e adorava sexo casual muitas vezes com mais de um homem. Também teve diversos relacionamentos com amigas, embora dissesse que, no final da brincadeira, sempre parecia que ficava faltando algo, porque ela gosta, mesmo, é de caralho. Mas se pintasse alguma gata.
Eu sabia de tudo isso porque uma das amigas dela tinha tentado me conquistar, logo depois que comecei meu namoro com a Érica. Ela se sentia atraída por mim e essa atração crescia porque eu era um cara com estabilidade financeira, boa posição social… Enquanto os garotos com quem elas estavam acostumadas a sair não tinham grana nem para ir a um bom motel, eu tinha meu belo apartamento de três dormitórios, morando sozinho; tinha casa na praia, dois carros, uma moto. Isso sem contar que, por minha posição profissional, tinha contato com diversas celebridades.
Isso atraia muitas garotas da idade da Érica. Mas eu nunca tive nada com esta amiga dela, que me contou tudo isso para tentar melar meu namoro com aquela que, hoje, é minha mulher.
Tínhamos acabado de trepar e estávamos nus, na cama, quando perguntei à Érica sobre estas coisas e ela simplesmente respondeu que adorava sexo e que não ia conversar sobre estas aquilo comigo. Parecia contrariada pelo fato de uma das amigas dela ter tentado me conquistar e por demonstrar certo medo com o eventual fim do nosso relacionamento. Mas não queria falar sobre o passado dela e ainda me disse:
– Não pense que o que aconteceu antes vai lhe dar o direito de me trair. Se alguém vai ter chifres, neste relacionamento, é só você. Na minha cabeça estes enfeites não ficam bem.
– Isso quer dizer que você pretende me trair? – Perguntei.
– Não sei. Não consigo ficar muito tempo transando com apenas uma pessoa. Isso sem contar que gosto de certas brincadeiras que não combinam com casamento. Por enquanto estamos namorando, mas não sei se isso vai dar certo ou vai ser o suficiente para me deixar mais calma, nestas coisas. Se eu achar que preciso de alguma coisa mais e nosso relacionamento está impedindo isso, nós terminamos e eu não te magôo, nem você vai ser traído.
– Você está dizendo que não sou suficiente para você? É isso? – insisti.
– Como eu disse: estamos namorando. Por enquanto está legal, mas de vez enquanto sinto falta de algo mais. Mas até agora eu estou sendo fiel.
– Me diga que “algo mais” é esse. Quem sabe eu não posso…
– Não! Você não pode. – Ela me interrompeu e foi taxativa. – O que aquela piranha te contou está muito próximo da verdade. Não posso te dizer tudo, porque nem sei o que ela te contou.
Ela parou um pouco e, como eu ficasse quieto, pois estava com muito medo de perdê-la e achava aquela conversa perigosa demais, depois de um tempo retomou a palavra:
– Veja bem: eu tive muitas aventuras sexuais. Muitas! Eram três ou quatro por semana. Teve uma vez que, em um único dia, eu transei com três pessoas diferentes. Tem até adrenalina, nestas transas ocasionais, sabe? Não dá para comparar nossos relacionamento, onde fazemos amor. Fazer amor é diferente de fazer sexo; uma coisa não tem nada a ver com a outra. Toda vez que transamos eu adoro; fico esperando você chegar para fazer amor com você. Mas é fazer amor. Não fazemos sexo.
– Me diga a diferença, então! Quem sabe não podemos…
– Não! Não podemos. – Amor a gente faz com carinho. Nossas trepadas são lentas e demoram um tempão. Já chegamos a ficar quase uma hora trepando e gozei um monte de vezes. Mas quando faço sexo com alguém diferente, a adrenalina de transar com um quase desconhecido dá uma adrenalina que a transa dura dez… quinze minutos e eu gozo a mesma quantidade de vezes que quando transamos por uma hora. Que tipo de adrenalina vou ter em transar com você, se transamos quase todos os dias? Tivemos adrenalina em nossas duas ou três primeiras transas. Mas acho que você já estava apaixonado por mim e você era carinhoso demais. É uma delícia, mas não me impede de ter vontade de trepar com outras pessoas.
– Você está dizendo que ainda sente vontade de trepar com outras pessoas, então? – Perguntei.
– Tá bom. Se você quer ouvir… que assim seja: eu tenho vontade de trepar com outras pessoas. Tenho muita vontade. Mas com nenhuma delas eu faria amor. Só com você. Percebe que isso é incoerente com um relacionamento sério como o nosso? Eu queria evitar esta conversa, porque te amo de verdade e não posso deixar de sentir o que sinto. Agora você vai terminar comigo e eu nunca mais vou fazer amor com outra pessoa.
Seu rosto parecia realmente triste. Os olhos estavam cheios de lágrimas.
– Quem disse que eu vou terminar com você? – Perguntei fazendo carinho em seu rosto. – Eu te amo muito. Não saberia viver sem você, de jeito nenhum.
– Mas depois do que te contei…
– Eu não vou terminar com você. Mas precisamos dar um jeito nessa situação. Só não quero você minta para mim. Jamais.
Depois dessa conversa eu comecei a imaginá-la com outros homens e mulheres na cama. Imaginava-a transando com dois caras e fazendo DP; ela gostava muito de dar o cu e eu sabia que ela já tinha feito estas coisas.
Perto dela eu era inocente. Muito inocente.
Nunca tinha transado com uma mulher que soubesse tanto sobre sexo. Na verdade: nunca tinha transado com muitas mulheres. Casei cedo com minha primeira namorada, com a qual perdi minha virgindade, aos dezenove anos. Tinha traído ela três vezes, com garotas diferentes, durante nosso namoro. Mas antes da Érica tinha tido apenas quatro mulheres (minha ex-mulher e as outras três).
A Érica chupava meu pau como eu jamais tinha sido chupado antes. Na verdade as mulheres com quem transei faziam sexo oral apenas como uma obrigação preliminar, antes da trepada. Eram todas garotas com pouquíssima experiência.
Minha ex não gostava de dar a bunda. Consentiu apenas duas vezes e, logo depois da última, disse apenas: “Espero que tenha aproveitado bastante, porque foi a última. Nunca mais tente fazer esta nojeira comigo”. Tinha saído um pouco de merda na minha pica ela ficou enojada com aquilo. Nunca mais nem tentei.
Depois de alguns anos de casados o sexo era sempre aquela mesmice. Eu via sites de sexo, na Internet, e tentei diversas vezes conversar com minha mulher sobre fantasias e desejos, mas ela me cortava rapidamente, criticando-me com desdém e afirmando que “todos os homens são iguais; pensam somente em sexo, o tempo todo”.
Minha paciência terminou quando, um dia, eu tentei novamente entrar no assunto e ela simplesmente respondeu:
– Se você tivesse uma pilha de louça para lavar, ou um monte de roupa para passar, não teria tempo para pensar em coisas inúteis. Dá para gastar seu tempo livre me ajudando na casa?
– Então vamos falar sobre outra coisa. Que tal falarmos sobre o divórcio.
O impacto foi menor do que eu esperava. Ela apenas sentou na minha frente e perguntou:
– Já arrumou uma vagabunda para me substituir.
– Não. Mas vou arrumar. É melhor uma vagabunda que uma mulher fria, na cama.
– Quem disse que eu sou fria? Eu não sou fria. Só com você. Tem gente que sabe como acender o meu fogo. Você é que é incompetente.
O impacto dessa declaração em mim foi muito maior do que eu esperava ter causado nela falando sobre divórcio. Ela estava dizendo que tinha outro!
– Você tem outro?
– Não posso dizer que TENHO outro. Mas não posso dizer que não tenho. É só de vez em quando que…
Não deixei ela dizer mais nada. Levantei e a deixei sozinha. Peguei uma mala e coloquei algumas roupas nela, sob o olhar da minha ex-mulher, que me observava da porta da suíte. Fui para um hotel naquela noite e pedi que ela arrumasse tudo para minha saída de casa. Aproveitei para conversar com as crianças e ter a maior tristeza da minha vida ao vê-los chorando de forma quase convulsiva quando saí de casa.
Eu já conhecia a Érica. Ela é filha de um colega de trabalho e sempre passava na empesa, ao sair da escola pela manhã, para ir para casa. Quando entrou na faculdade ela ia menos à empresa, mas quando aparecia mexia com a libido de todos os que trabalhavam lá; até das mulheres. Ela havia se tornado uma mulher maravilhosa e explorava seu corpo com roupas bastante sensuais.
Um dia, quando esteve lá no escritório, uma colega nossa, que tinha seus trinta anos, naquela época, virou para mim e disse:
– Deus é um sacana! Por que dá tanto a umas e tão pouco às outras? Você viu aquela bunda? Até eu queria uns minutinhos com ela; e olhe que eu não sou lésbica!
Realmente ela era perfeita. Era e ainda é, hoje, depois de quinze anos de casados. Um corpo maravilhoso, uma inteligência rápida e maravilhosa, e um gosto pelo sexo…
Exatamente uma semana depois da minha conversa com a Érica eu a pedi em casamento e ela respondeu:
– Eu não posso aceitar, a menos que deixemos bem claras algumas coisas. A primeira é que, nessa semana eu não resisti à vontade de ter uma aventura daquelas bem cheias de adrenalina e transei com dois caras.
– Você saiu duas vezes, nesta semana?
– Não. Eu saí uma vez só.
Ela falou só isso e eu entendi perfeitamente o que tinha dito. Ela transou com dois ao mesmo tempo.
– Eu tinha pedido que você não mentisse para mim.
– E eu não menti. Apenas não tive tempo de falar. Ia contar, mas você se antecipou, com essa conversa de casamento. Eu avisei.
Ficamos quietos por algum tempo e eu pensava nela com dois homens ao mesmo tempo. Embora estivesse magoado e com medo de perder a Érica eu estava excitado com as imagens que criava em minha mente. Eu estava apavorado com a possibilidade de perdê-la.
Estava triste e excitado, ao mesmo tempo. Como entender estes sentimentos. Lembrei que, quando via os sites eróticos, na Internet, me excitava muito com as histórias de cornos. Eram excitantes mas… como podia acontecer aquilo? Eu estava descobrindo agora.
Ela percebeu minha ereção e apalpou meu pau, por cima da calça.
– Ficou excitado? – ela perguntou sorrindo. – Então agora sou eu que pergunto: você ainda quer casar comigo?
– Quero. – falei baixo, mas o sorriso dela era mais divertido, agora.
– Mesmo sabendo que eu não serei só sua? … e que isso não vai lhe dar o direito de ser de mais ninguém?
– Eu ainda quero casar com você.
– Assim eu aceito. – Ela começou a abrir calça e pulou do sofá, tirando a roupa e desfilando aquela magnífica beleza nua e se dirigindo à suíte dizendo: – Venha para um banho. Quando eu falei que tinha saído e trepado, eu não disse, mas eu saí hoje. Foi agora à tarde e eles me comeram no carro. Eu não tomei banho, ainda. Venha me lavar.
Ao ouvir aquilo eu gozei. Imaginei de imediato que ela ainda estaria com o cheiro e com o gosto dos machos no corpo e gozei. Sem nem mesmo encostar no meu pau e antes de tirar a calça.
Levantei e fui atrás dela. Quem sabe eu ainda conseguia…
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