Estava terminando de me arrumar, hoje tenho um encontro com um cara que conheci no Tinder.
Peguei meu celular e abri o app da Uber. Queria beber e portanto, não iria com meu carro. Até por que, kkkkkkk, não pretendia voltar para minha casa naquela noite.
Acionei o app e de cara já aceitam minha corrida. Meu motorista se chamava Roberto, um Onix prata, placa ——. Mando os dados do Uber para uma amiga com a mensagem “caso eu seja sequestrada na viagem, kkkkkkk”.
– Poxa, 57 reais. Espero que essa noite valha a pena.
No app consta que o carro ainda irá demorar 7 minutos para chegar. Corro para o banheiro e dou uma retocada no batom, vermelho, cor dos amantes da noite.
~mensagem do app “já estou no endereço”~
Tranco o apartamento e desço de elevador, não irei de escada para chegar suada no encontro.
O boy dessa noite é o Léo, ele é bem gato, no Tinder ele veio com um papo meio descontraído, “não procuro relacionamentos”, mas fala sério, kkkk, quem se presta a ir pro Tinder, no fundo, no fundo, nem quer um relacionamento. Só queremos matches e quem sabe um sexo selvagem.
Cheguei no térreo e o Onix preto já estava lá me esperando mesmo. Desejei uma boa noite ao porteiro que logo já foi fazendo piada “Já vai sair de novo dona Patrícia, a senhora não para ein”.
Entrei no carro e sentei no banco do carona, desconfio que quando a gente senta atrás o motorista pode não ir com a nossa cara e acabar me dando menos estrelas.
– Boa noite, alguma parada extra?
– Não. Direto para o destino.
– Ok, o percurso é longo e a estrada está conturbada. Talvez demore mais do que o previsto.
– Chegando kkkk.
Logo após esse papo curto o restante do percurso ficou irritantemente quieto. Então pedi para que ele ligasse o rádio. Depois de algum tempo começou a tocar “Dangerous Woman”. Kkkkkkk, essa música me tira do sério, era um ótimo jeito de começar a noite.
Quando vi, já estava dançando sentada no banco do carona do Uber kkkkkk. Olhei para o lado e ele estava me olhando de canto de olho. Decidi aprontar um pouco, afinal, ainda faltava mais da metade do percurso, por que não provocar um pouco o cara que vai passar o resto da noite trabalhando?
Coloco a mão na coxa esquerda. E acaricio a mesma no limite da minha saia.
Subo um pouco a saia para acariciar mais acima.
Tiro a mão da coxa e deixo repousando sob minha barriga, mas não desço a saia, a deixo assim, pouco levantada.
Passados alguns segundos, novamente ponho a mão na minha perna e subo um pouco mais a saia, vejo que ele está olhando novamente para minhas pernas…
Olho para o motorista e vejo que ele percebe que estou o observando.
Rapidamente ele volta a olhar para frente.
– Se não olhar para a frente ficará meio difícil de ver o caminho. Não acha Roberto?
– Kkkk, faz sentido moça.
– Moça? Nossa, mereces até um prêmio.
– Nada a ver. É uma menina. Quantos anos tens?
– 22, e tu?
– 27.
– Kkkkkk, conservado.
– Achas? Obrigado. – ele me olha todo se rindo.
– Olho na estrada!
De fato, Roberto não era um cara de se jogar fora, também não era gaaato, gato, mas dava pro gasto.
– Tá indo para alguma festa?
– Não, um encontro.
– A, sério? Achei que conseguiria teu número.
– Kkkkkk, e o que uma coisa tem haver com a outra?
– Vai sair com algum namorado?
– Eu não tenho namorado.
– Uma menina tão bonita assim, não tendo namorado… Que pecado Patrícia.
– Não gosto de relacionamentos. Gosto de sair, conhecer pessoas novas…
– Então talvez eu consiga teu número?
– Kkkkkk, claro, por que não?
Logo passei para Roberto meu cartão de trabalho.
– Escritório de advocacia? Kkkk, jamais imaginaria.
Se pensam que eu parei com a sacanagem, kkkkkk, estão muito enganad@s. Continuei, mas moderadamente…
Devagar e não querendo chamar muita atenção, fui chegando minha perna, agora quase desnuda, perto do câmbio do carro até ser inevitável ele tocar na minha perna ao trocar de marcha.
Após alguns minutos com esses “esbarros acidentais” na minha perna, já bem descontraído, trocava de marcha e repousava sua mão na minha perna.
Comecei então a brincar com seus dedos, fazendo lentos movimentos por toda extensão do seu indicador. Ele já meio inquieto, puxou a mão para trocar de marcha, mas logo tratou de me devolver. Com um pedido de desculpas ele pôs sua mão encima da minha, que havia ficado parada no mesmo lugar em minha perna. Peguei sua mão, levei até minha boca e dei um beijo na ponta do seu indicador. No mesmo momento ele me olhou com uma cara de assustado (eu também ficaria assim, e uma simples viagem, e olha no que está se tornando kkkkkk) mas logo foi substituída por um olhar de falsa reprovação quando coloquei seu dedo em minha boca o sugando.
Então como quem nada fez, fui baixando sua mão e ele voltou a encarar a estrada vazia, não acho que ele esperava o que veio a seguir.
Botei sua mão encima da minha perna novamente, dessa vez, embaixo da minha saia. A larguei e deixei minha mão encima dela.
Passamos mais alguns minutos em silêncio até que decidi voltar com as provocações. Já percebendo minhas intenções, Roberto freiou bruscamente e encostou o carro, o que me fez levar um susto…
– Desculpa moça, digo, Patrícia, mas não dá para me concentrar na estrada assim.
Pronto, acabou a brincadeira. Achei que conseguiria alguma coisa, mas só o que consegui foi ser repreendida pelo motorista que estava sendo tão gentil comigo desde o início da viagem.
– kkkkkk, ok ok, eu paro.
– Mas eu não mandei você parar…